CFQ e ABIPLA reforçam ações referentes aos perigos das misturas caseiras e produtos informais para limpeza de ambientes e superfícies. Além de ineficazes, esses produtos podem prejudicar a saúde das pessoas.
O Conselho Federal de Química (CFQ) e a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA), que, recentemente, assinaram acordo de cooperação técnica, organizam mais uma série de ações voltadas ao bem-estar da sociedade e da saúde pública, com projetos focados no esclarecimento sobre os mitos e perigos da mistura de produtos para limpeza doméstica.
A iniciativa ganhou mais ênfase no mês de junho, em alusão à celebração da Lei Nº 2.800, conhecida como “Lei Mater dos Químicos”, que, no dia 18, completa 66 anos. Os perigos de acidentes domésticos, os riscos de intoxicação, até mesmo com danos irreversíveis à saúde humana, assim como os mitos sobre economia, despertaram nas entidades a importância de uma estratégia contínua. “Os saneantes são produtos químicos, que, antes de chegar à casa do consumidor, passaram por estudos de eficiência, estabilidade e segurança. O cuidado é tanto que todos possuem rótulos, com especificações detalhadas. Todo esse processo conta com Profissionais da Química altamente qualificados e imbuídos na tarefa de assegurar, ao usuário, produtos eficientes e seguros”, alerta o presidente do CFQ, José de Ribamar Oliveira Filho.
O CFQ, por competência legal, tem a missão de promover a atividade plena da Química no Brasil por meio do bom exercício da profissão. Dessa forma, contribui, direta e indiretamente, para que os serviços e produtos que chegam à população sejam de alta qualidade. Sempre que necessário, pauta suas ações em campanhas educativas para alertar, desmistificar e combater informações falsas. Como exemplo, no auge da pandemia de Covid-19, a parceria firmada entre o CFQ e a ABIPLA levou dados técnicos, validados, sobre a forma correta higienização das mãos e combateu fake News, relacionadas à eficiência de saneantes.
No Brasil, todo saneante regulamentado contém uma série de informações em sua embalagem, como números de notificação ou registro na ANVISA, dados obrigatórios em qualquer produto de limpeza vendido no País, e orientações sobre a forma correta de utilização. São essas informações que ajudam o consumidor a identificar cada tipo de saneantes e seus diferentes graus de risco.
Por isso, é necessário ter diligência ao se deparar com posts em redes sociais, sites e até matérias em veículos de imprensa que estimulem a manipulação de produtos químicos como estratégia de limpeza doméstica ou profissional. Misturas aleatórias de substâncias e/ou de produtos de limpeza podem desencadear reações químicas capazes de liberar grandes quantidades de energia na forma de calor (explosões) ou de produzir substâncias tóxicas que podem comprometer irreversivelmente a saúde do manipulador e, até mesmo, de pessoas próximas.
Todos os produtos de limpeza devem ser regulamentados pela ANVISA, que implementa testes de eficácia, de estabilidade e de segurança, o que faz com que os saneantes passem por um rigoroso controle de qualidade antes de chegarem às prateleiras dos supermercados. E cada um desses produtos tem aplicações específicas. Portanto, utilize apenas conforme as orientações do fabricante contidas no rótulo. Promover misturas aleatórias, além de diminuir a eficiência do produto, pode colocar sua saúde em risco. Não se deixe enganar, pois a falsa sensação de economia pode encobrir os riscos. Confie nos profissionais envolvidos nesse processo. Confie na regulamentação da ANVISA. Diga não à mistura aleatória e sim à segurança.
“Sempre reforçamos que nossa agência reguladora é a ANVISA e isso diz muito sobre o nosso setor. Os produtos de limpeza são essenciais como ferramentas de saúde pública, mas é necessário que sejam utilizados da forma como seus fabricantes recomendam e cuja eficácia e segurança sejam atestadas pela Agência Reguladora. Não há sentido em trocar a eficácia, comprovada por extensos testes laboratoriais e de campo, caso dos saneantes comercializados no Brasil, por misturas caseiras, que podem ser tanto ineficientes quanto potencialmente perigosas à saúde das pessoas e danosas às superfícies e ambientes onde são aplicados”, afirma Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA.
Vale ressaltar que a manipulação de produtos químicos é uma atividade regulamentada e de competência exclusiva dos profissionais da área, observando-se que o conceito de produto químico é amplo, incluindo itens de fácil acesso à população, como vinagre, água sanitária e álcool para limpeza, por exemplo.
Danos materiais e ambientais
A combinação inadequada de produtos químicos pode, ainda, causar danos às superfícies ou ambientes em que são aplicados. Podem surgir manchas, riscos ou desgastes em películas de proteção, apenas para citar alguns exemplos. A questão ambiental também causa preocupação, uma vez que os produtos de limpeza, regulamentados, são formulados a fim de garantir a máxima eficácia ao fim a que se propõem, garantindo sua biodegradabilidade no descarte. A depender da mistura realizada, essa característica pode ser comprometida, fazendo com que os produtos químicos descartados no meio ambiente demorem mais tempo a serem degradados.
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