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Bombril decide hoje destino das debêntures

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Há cinco anos, a fabricante de produtos de limpeza Bombril emitiu debêntures conversíveis em ações e levantou R$ 66 milhões para reduzir a dívida e fazer investimentos na produção. Desde então, a receita manteve-se na casa de R$ 1 bilhão, a última linha do balanço voltou ao azul, mas a dívida aumentou e a companhia não investe há três anos.

Em junho de 2014 o valor de mercado da dona da lã de aço Bombril, do detergente Limpol, do amaciante Mon Bijou e do desinfetante Pinho Bril era de quase R$ 242 milhões. Atualmente, vale metade disso, ou mais especificamente R$ 122,7 milhões.

Uma assembleia geral de debenturistas marcada para hoje deverá decidir sobre a conversão parcial ou total dos títulos em ações da companhia ou a prorrogação do prazo de pagamento, que venceu no mês passado.

A decisão deveria ter ocorrido há um mês, mas não houve quórum para instalar a assembleia. Nesta segunda convocação, a assembleia pode acontecer sem a exigência de um número mínimo de credores. O valor atualizado da captação é de R$ 88,3 milhões.

O controlador da Bombril, Ronaldo Sampaio Ferreira, é também o maior credor das debêntures e há expectativa que ele eleve sua participação no capital da companhia que hoje é de 50,61%. A EWZ Investments, representante da corretora Socopa que detém 13,27% das ações da Bombril, é o segundo maior debenturista. A Bonsucex Holding, do empresário Sílvio Tini, que tem 5,57% da Bombril, também é debenturista.

Se os debenturistas trocarem a dívida por papéis da Bombril, os demais sócios como BNDESPar, o braço de investimentos em participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e Previ, fundo de pensão da Caixa Econômica Federal, terão diluídas suas respectivas participações de 10,61% e 6,25% no capital da companhia.

Wagner Brilhante, que assumiu a presidência da Bombril em março deste ano, disse ao Valor que há cinco anos a situação da empresa era delicada. No documento da emissão de debêntures, a empresa informou que os recursos seriam usados para reduzir a dívida bancária de curto prazo e elevar os investimentos em bens de capital para melhorar a produtividade das fábricas.

A situação financeira complicou-se e o crédito com bancos e fornecedores ficou escasso. A consultoria de Ricardo Knoepfelmacher, mais conhecido como Ricardo K., foi contratada para fazer a reestruturação operacional e financeira, que durou dois anos e terminou no ano passado.

De 2014 a 2015, a Bombril investiu R$ 83,5 milhões, mas nos anos seguintes não ocorreram desembolsos, devido à reestruturação. As unidades em São Bernardo do Campo (SP), Abreu e Lima (PE) e em Sete Lagoas (MG) operavam com capacidade ociosa.

Houve melhora no resultado líquido. A fabricante septuagenária passou de um prejuízo de R$ 57,5 milhões em 2014 – que atingiu R$ 376,9 milhões no ano seguinte – para um lucro de R$ 70,2 milhões no ano passado. “Buscaremos o crescimento da receita, mas sem perder o foco na última linha [do balanço]”, disse Brilhante. A perspectiva é que a aprovação da reforma da Previdência ajude a melhorar o cenário econômico.

O prazo para pagar os fornecedores, nesse período, saiu de zero para 52 dias. A meta, segundo Brilhante, é ampliar para 60 dias até o fim do ano. A empresa que antes só trabalhava com Sofisa, Daycoval e Banco Rendimento, agora tem relação com o Banco Santander.

Mas há ainda vários desafios. O saldo de caixa no ano passado ficou em R$ 13,918 milhões, queda de 24% em relação a 2017.

No primeiro trimestre, o quadro de funcionários foi reduzido em quase 200 pessoas, encerrando o período com 2.221 empregados. A demissão, segundo Brilhante, deve-se a uma busca pela “eficiência na operação”. De janeiro a março, a receita cresceu 25%, para R$ 265,6 milhões, e o prejuízo foi de R$ 5,5 milhões, com queda de 65,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A Bombril detém 5,4% do mercado de limpeza doméstica, que movimentou R$ 21,645 bilhões em vendas ao consumidor no ano passado, segundo a Euromonitor International. A empresa enfrenta a concorrência de Unilever, Procter & Gamble, Reckitt Benckiser, do limpador Veja, e Química Amparo.

 

 

Fonte: Valor Econômico 17.07.2019

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