Bombril ruma ao segundo ano de lucro
Depois de acumular prejuízo de R$ 633 milhões em cinco anos, a Bombril caminha para encerrar o segundo ano consecutivo com lucro. A fabricante de produtos de limpeza doméstica, que alega ter 70% do mercado de lã de aço, passa por intensa reestruturação desde 2015.
A empresa acumula lucro líquido de R$ 96,21 milhões neste ano, até setembro, ante prejuízo de R$ 82,51 milhões no exercício anterior. O desempenho é atribuído às melhoras operacionais e ao avanço do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês). De julho a setembro de 2017, houve lucro de R$ 39,31 milhões ante prejuízo de R$ 31,87 milhões um ano antes. No fechamento de 2016, o lucro foi de R$ 59,1 milhões.
A receita líquida no terceiro trimestre de 2017 foi de R$ 281,9 milhões, uma alta de 7% na comparação anual.
O plano do presidente Luiz Gustavo Figueiredo Pereira da Silva para 2018 é investir em marketing mais que os R$ 20 milhões desembolsados em 2017. Ações de merchandising, internet, rádio e pontos de venda serão os alvos da empresa. “Pode ser que voltaremos às campanhas na TV, mas será algo bem estruturado”, disse. O último filme publicitário da marca, com Ivete Sangalo, Monica Iozzi e Dani Calabresa, foi veiculado em 2015.
Silva disse que o filme absorveu a maior parte dos R$ 40 milhões destinados à publicidade há dois anos. Mesmo assim, os resultados não foram considerados satisfatórios. Em 2016, os gastos na área foram reduzidos para R$ 3 milhões, direcionados para melhorar o visual das gôndolas da empresa nos supermercados, considerado muito ruim pelo executivo.
A companhia contratou no trimestre passado a agência Africa para retomar os trabalhos com publicidade, principalmente no ambiente digital.
Oriundo da consultoria RK Partners, especializada em reestruturações para evitar pedido de recuperação judicial, Silva tem centrado esforços no aumento da produtividade nas fábricas de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco, e na diminuição de desperdícios. “Desde que cheguei, conseguimos aumentar a produtividade em 20%. O portfólio de produtos foi reduzido de 550 para atuais 250, ficando apenas com os que possibilitam maiores margens à empresa. Outro ponto importante é que voltaremos a investir em inovação, atuando com startups”, afirmou.
Sobre a operação da Bril Cosméticos, comprada há seis anos pela Bombril para ingressar na fabricação de itens com matérias-primas naturais para higiene pessoal, Silva disse que a linha de negócios está sob análise e que este também não é o foco no momento. Questionado sobre a possibilidade de vender ou descontinuar a unidade, ele limitou-se a dizer que “pode rever a estratégia para a categoria”. Em outra área, no ano passado, os direitos da marca Lysoform foram cedidos à SC Johnson, por R$ 47,59 milhões.
Fonte: Valor
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