Unilever, L’Oréal e Danone estão prontas para mudança climática
Entre as maiores empresas de produtos de consumo do mundo, a Unilever, a L’Oréal e a Danone são as mais bem preparadas para os efeitos da mudança climática em relação a seus pares, de acordo com um relatório da CDP, uma organização sem fins lucrativos.
Anteriormente conhecida como CarbonDisclosure Project, a CDP adotou uma abordagem dupla ao classificar as 16 maiores empresas de produtos de consumo segundo indicadores como exposição a emissões, uso da água e governança climática. A CDP supôs que as companhias vão precisar se ajustar aos efeitos de um mundo cada vez mais quente em prol dos resultados e de convencer consumidores cada vez mais preocupados.
“Se todos nós começarmos a ser afetados pelos riscos físicos da mudança climática, ficaremos muito mais atentos a comprar produtos com menos impacto”, disse Carole Ferguson, diretora de pesquisa sobre investidores da CDP.
A Unilever encabeçou a lista, resultado de grandes mudanças em seu portfólio, incluindo a compra da SeventhGeneration, em 2016, e de um conjunto de marcas de baixo carbono que respondem por uma grande parcela da receita.
A L’Oréal ficou em segundo lugar, com a cadeia de abastecimento mais protegida dos riscos climáticos físicos e altas pontuações em seu programa de energia renovável. Os investimentos da Danone em saúde do solo e manejo da água, bem como sua ampla gama de produtos veganos, a colocaram em terceiro lugar, informou a CDP.
Empresas dos EUA, como a Kraft Heinz e a Estée Lauder, ficaram perto do fim da lista da CDP. A organização afirmou que as marcas Kraft e Oscar Mayer, da Kraft Heinz, ficaram para trás em inovações de baixo carbono e que sua dependência de carne e laticínios tornou-as mais vulneráveis aos riscos físicos do aquecimento global. A Estée Lauder foi criticada pela falta de transparência no uso de óleo de palma, que tem sido responsabilizado pelo desmatamento generalizado.
A Kraft Heinz comprometeu-se no ano passado a estabelecer “uma meta agressiva de redução de emissões de gases de efeito estufa a longo prazo” e busca reduzir seu impacto em logística, embalagem e agricultura, disse Caroline Krajewski, chefe de reputação corporativa global da empresa. A Estée Lauder não respondeu a um pedido de comentário.
“Para este grupo de empresas, existe toda uma série de riscos que se tornou substancial, em vez de algo que pode ser resolvido facilmente”, disse Ferguson.
As empresas de bens de consumo abordaram a questão, em parte, comprando marcas menores com melhores práticas ambientais. Essas aquisições quadruplicaram nos últimos cinco anos, incluindo a compra da fabricante americana de burritos vegetarianos Sweet Earth pela Nestlé, em 2017, e a aquisição da fabricante de leite de amêndoa WhiteWaveFoods pela Danone, no mesmo ano.
Ferguson disse que espera que as empresas invistam mais em inovações que tenham um impacto sistêmico. Por exemplo, a cervejaria AB InBev desenvolveu novas variedades de cevada que podem consumir até 40 por cento menos água. Atualmente, através das cadeias de abastecimento, da distribuição aos consumidores e da criação de resíduos, as marcas de bens de consumo provavelmente respondem por um terço das emissões globais de gases do efeito estufa, disse ela.
“As empresas que ficaram na liderança estão analisando todo o próprio processo para ver quais são os grandes riscos e oportunidades”, disse Ferguson. “As retardatárias talvez estejam fazendo algumas coisas interessantes, mas não estão ampliando-as o suficiente.”
Fonte: Bloomberg/Infomoney
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