O Brasil subiu uma posição no ranking global de consumo de produtos de limpeza em 2021, que atingiu um total de US$ 176, 269 bilhões, assumindo o quinto lugar, com total de vendas de mais de US$ 6 bilhões, de acordo com a Euromonitor International. O crescimento de 8,4% foi o melhor desempenho do top 5 de países, no qual a Índia, que ocupava a quarta posição em 2020, deixou de figurar.
Os Estados Unidos, que detêm a liderança, são seguidos pela China, Japão e Alemanha. A previsão da Euromonitor é que em 2026 as vendas mundiais de produtos de limpeza atinjam US$ 193,218 bilhões, com elevação tímida de 9,6% no período de 5 anos.
Louça é destaque
Em moeda local, o valor total dos produtos de limpeza comercializados no país, contabilizado pela Euromonitor, chegou a R$ 31,1 bilhões em 2021, sendo que os produtos de cuidados com as roupas, que registraram 8,7% de aumento, foram responsáveis por mais da metade das vendas do setor. Como o consumo dentro do lar continuou fortalecido, os produtos de cuidados com a louça, que incluem produtos para lavagem manual ou automática, beneficiaram-se com a maior alta nas vendas: 10,4% em comparação com 2020.
Produção estável
Paulo Engler, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA), comenta que o aumento em valor das vendas no varejo mostra que foi possível repassar aos preços apenas parte da inflação do período das vendas no varejo, lembrando que o volume de produção se manteve o mesmo se comparado com 2019 e 2020. “A indústria de produtos de limpeza foi considerada essencial desde o primeiro momento da pandemia do coronavírus, a produção não parou um instante sequer e conseguimos abastecer todo o Brasil”, destaca.
De acordo com a Kantar, em unidades, o total da cesta de consumo massivo (FMCG) registrou retração de 2,6% em 2021 em relação ao ano anterior. A queda dos produtos de limpeza foi um pouco maior (3,5%). Enquanto a variação de valor médio por unidade do total da cesta se elevou 10%, em limpeza a alta foi de 6%. A participação dos produtos de limpeza na cesta total analisada pela Kantar é de 8%.
O estudo da Kantar também aponta que o consumidor vem adaptando seus gastos em limpeza, optando por marcas de menor desembolso. As marcas economy ganharam participação principalmente em alvejante sem cloro (3,5%), água sanitária e alvejante com cloro (2,6%), detergente líquido para roupa (2%), desengordurante (2%) e esponja sintética (1,4%).
E-commerce de limpeza
O e-commerce brasileiro cresceu 27% em 2021, totalizando R$ 182,7 bilhões em vendas, de acordo com o estudo Webshoppers 45, da Nilsen IQ Ebit. O número de consumidores aumentou em 10% e já são 87,7 milhões. Na análise específica das vendas online de FMGC, que cresceram 17% em valor e 41,1% em número de pedidos, a cesta de limpeza apresentou um desempenho bem superior ao crescer 26,5% em valor e 67,5% em número de pedidos.
Perspectivas para 2022
A projeção da Kantar para FMGC, com base nos dados coletados até o terceiro trimestre de 2021, num momento em que as taxas de contágio estavam baixas, era de crescimento de 6,5% para o Brasil, bem maior do que o 1,4% previsto para o global.
“Para o ano de 2022 estamos otimistas, acreditamos que o volume de produção deva crescer acima de 2%, se comparado ao ano anterior”, aposta Paulo Engler, da Abipla, citando vários fatores que poderão contribuir para essa perspectiva. A retomada integral da indústria e do comércio é um deles, o que favorece os saneantes de uso profissional. A estabilidade das cadeias produtivas internacionais, a redução do desemprego, a diminuição da volatilidade de preços internacionais e a permanência do Auxílio Brasil também poderão incentivar o aumento da produção brasileira de produtos de limpeza.
Impactos da inflação
Em termos globais, Filip Hoffmann-Häußler, gerente de indústria, focado em cuidados domiciliares da Euromonitor International, analisa que, embora percebidas como essenciais pelos consumidores, as categorias de cuidados com a casa geralmente estão disponíveis em diferentes patamares de preços, levando os consumidores a reagirem diante da elevação de preços de muitos produtos, expondo a indústria a altos níveis downtrading.
Na visão do especialista, o setor certamente não será poupado dos efeitos da inflação sobre os gastos e as restrições da cadeia de suprimentos serão obstáculos por algum tempo. “No entanto, a higiene continuará a ser uma prioridade para os consumidores que viveram os anos de pandemia. Isso coloca a indústria e sua química em uma posição forte para mitigar os efeitos da inflação. O downtrading deve dificultar o crescimento do valor, mas a previsão é que o setor mantenha um crescimento positivo”.
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