Reino Unido propõe imposto para embalagens de resina virgem
Projeto de lei visa subsidiar expansão dos volumes de plástico reciclado
Ombro a ombro com o progresso da tecnologia, uma mola propulsora para a reciclagem do plástico dizer a que veio para os arautos da sustentabilidade chama-se dinheiro. E muito dinheiro, pois sobram cálculos mundo afora situando em cifras zilionárias o aporte necessário para a recuperação de resíduos pós consumo pela via mecânica ou química (esta última um desafogo para a sucata de flexíveis) em volumes condizentes com uma efetiva contribuição ao combate às mudanças climáticas.
Nos EUA, por exemplo, relatório recente da entidade Recycling Partnership situa em US$17 bilhões aplicados em cinco anos o montante requerido para a quantidade de plásticos reciclados atingir a envergadura almejada. Um atalho para o sonho chegar à vida real é discernido num projeto de lei em tramitação no Reino Unido. Ele está fadado a ser repudiado em países às voltas com barafunda tributária, como o Brasil, ou que olham com reservas interferências mais incisivas do governo no mercado, como os EUA.
A ideia em exame no Reino Unido é cobrar um tributo da embalagem plástica de resina virgem que não contenha teor de reciclado. Seriam 200 libras por tonelada de embalagem plástica local ou importada. Embalagens com mais de 30% de participação de reciclado em sua composição de materiais estariam isentas da taxação. Em seu enunciado, o projeto de lei rebate a hipótese de que o ônus acabaria sobrando para o consumidor final. Conforme noticiado pelo Legislativo do Reino Unido, a hipótese de encarecimento pesado do produto acabado não procede porque a participação da embalagem plástica nos seus custos é inexpressiva, de modo que o peso do tributo proposto seria incapaz de alterar hábitos de compra.
Os recursos assim arrecadados seriam destinados ao incremento tecnológico e da produção de plástico pós consumo reciclado. Uma corrente de analistas assinala que esse imposto sinalizaria um apoio contundente de governos a embalagens plásticas munidas de teores de resina reciclada e em sintonia fina com a economia circular, um quadro bem mais mavioso para o setor plástico que o do bombardeio diário de proibições do comércio de produtos transformados de uso único, disparado por um número crescente de países, estados e municípios.
Fonte: Plásticos em Revista 24.06.2021
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