De acordo com a ABIPLA, índice de confiança da indústria de saneantes cresce por dois meses consecutivos, ficando acima da média geral da indústria da transformação e apontando para uma recuperação mais acentuada nos próximos meses.
Setor poderá encerrar o ano com crescimento de 2% na produção e com saldo positivo nos empregos gerados, que hoje estão acima de 85 mil, segundo dados do CAGED.
Após registrar baixos índices nos primeiros levantamentos de 2022 do ICEI – Índice de Confiança do Empresário Industrial Setorial, da CNI – Confederação Nacional da Indústria, os fabricantes de produtos de limpeza se mostram otimistas com as perspectivas para o 2º semestre. Na pesquisa de julho, o setor registrou 59,1 pontos, 1,5 acima da confiança média da indústria da transformação, no mesmo período. “Em junho e julho o setor de saneantes se mostrou mais otimista do que a média geral, o que prova que há uma tendência de recuperação da confiança, nos últimos meses”, explica Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional.
Balanço do 1º semestre
O estudo varia de 0 a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 indicam confiança. Em janeiro, o setor de limpeza chegou a registrar 47,9 pontos e, apesar de ter alcançado índices acima de 50, nos meses seguintes, não configurava entre os setores mais otimistas da indústria. “Tivemos um primeiro semestre desafiador, com crescimento na produção de alguns itens, como sabões e detergentes, e quedas em outros segmentos, como produtos de limpeza e polimento. De maneira geral, nosso setor foi bastante impactado pelos aumentos dos custos de produção. O IPP – Índice de Preços ao Produtor, do IBGE, aponta que, em junho, a alta acumulada no setor foi de 16,26%, nos últimos 12 meses – número acima da inflação da cesta de limpeza do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor no mesmo período (14,71%). Alta na energia elétrica, nos combustíveis, refletindo na tabela de frete, e a desvalorização do Real afetaram fortemente o custo de produção”, analisa Engler.
Redução dos preços nas gôndolas deve chegar aos produtos de limpeza
Segundo o diretor da ABIPLA, a estabilização da inflação tem deixado o setor otimista para a segunda metade de 2022. “Os primeiros números, que apontaram redução do ritmo da inflação, surpreenderam, positivamente, o mercado. Acredito que exista a possibilidade de que a diminuição de preços, no varejo, chegue aos nossos produtos, nos próximos levantamentos. Ainda, há a redução do custo da energia elétrica e do óleo diesel, nas últimas semanas, que trazem um alento à indústria. Caso essas tendências se confirmem, podemos alcançar os 2% de crescimento que previmos, inicialmente, para a produção deste ano, na comparação com 2021”, diz.
Lançamentos à vista
Outro fator destacado por Engler, para manter a confiança para o 2º semestre, é a forte probabilidade de o setor receber lançamentos nos próximos meses. “Notamos que muitos de nossos associados estão em longos processos de aprovação, de novos produtos, na ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o que demonstra que teremos oferta ainda mais diversificada, em breve, o que deve ampliar o mercado em geral”, conta Engler.
Empregos com saldo positivo
O setor também vem apresentando bons resultados na geração de empregos. Segundo informações do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, de janeiro a junho deste ano, a indústria de limpeza mantém saldo positivo de contratações. “Temos bons resultados na geração de postos de trabalho já alguns anos. Hoje, empregamos cerca de 85 mil pessoas, diretamente, e a manutenção de empregos, na indústria, é muito relevante para o desenvolvimento econômico do Brasil, ainda mais ao notarmos que a indústria nacional fechou 1 milhão de vagas na última década, segundo o IBGE”, diz.
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