Pesquisa mostra que preços mais baixos e opções não-análogas são mais atraentes para os consumidores, desafiando ideias sobre substitutos de carne.
Um novo estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences investigou a opinião dos consumidores dos Estados Unidos sobre diferentes tipos de alternativas à carne.
Realizado por pesquisadores da Universidade Martin Luther Halle-Wittenberg (MLU), da Universidade Humboldt de Berlim e da Universidade Georg August de Göttingen, o estudo envolveu 2.100 consumidores dos EUA. Eles foram convidados a escolher entre quatro tipos de hambúrgueres: o tradicional hambúrguer de carne bovina, um hambúrguer à base de plantas mais realista (análogo), um hambúrguer vegetariano que imita a aparência da carne, mas não o gosto ou a textura (semi-análogo), e um hambúrguer de falafel (não-análogo).
Como esperado, o hambúrguer de carne foi o mais popular, escolhido por três quartos dos participantes. No entanto, os pesquisadores se surpreenderam ao descobrir que o hambúrguer não-análogo (o de falafel) foi a opção mais popular entre as alternativas sem carne, enquanto o hambúrguer análogo foi o menos escolhido. Além disso, dois terços dos entrevistados disseram que estariam dispostos a optar por uma alternativa à carne caso o hambúrguer de carne não estivesse disponível.
“Isso vai contra a ideia de que os substitutos de carne só têm sucesso se forem o mais parecido possível com o original”, comentou o economista Steffen Jahn, Professor Interino de Marketing e Inovação da MLU.
O impacto dos preços nas vendas de produtos à base de plantas
O estudo também analisou como o preço afeta as escolhas dos consumidores. Embora a diferença de preço não tenha feito grande diferença quando os preços eram semelhantes, quando as alternativas à carne eram mais baratas, isso teve um grande impacto. Por exemplo, quando os produtos à base de plantas custavam metade do preço da carne convencional, o número de pessoas que os escolhiam dobrou. Curiosamente, os homens eram mais inclinados do que as mulheres a escolher as opções vegetais quando o preço era atrativo, apesar de geralmente serem mais relutantes em abrir mão da carne.
Esses resultados são confirmados por dados da cadeia de supermercados austríaca BILLA, que encontrou um aumento de 33% nas vendas de produtos à base de plantas depois que os preços foram reduzidos para se igualarem ou ficarem abaixo dos produtos de origem animal. No entanto, isso pode não se aplicar a todas as categorias de proteínas alternativas. Um estudo feito no ano passado como parte de um projeto financiado pela União Europeia descobriu que os consumidores estavam menos dispostos a comprar alimentos fermentados à base de plantas quando esses produtos eram mais baratos que suas versões de origem animal. Isso provavelmente aconteceu porque as pessoas associaram a redução de preço a uma possível queda na qualidade.
“Restaurantes e fabricantes de alimentos podem realmente aumentar suas vendas de alternativas vegetarianas ou veganas se oferecerem substitutos de carne a preços mais baixos que as opções de carne”, afirmou Jahn. “Nosso estudo sugere que uma imitação perfeita não é o foco. Talvez seja porque muitas pessoas associam os análogos de carne a alimentos ultra-processados, que têm uma reputação ruim.”
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