Após experimentar leve queda no primeiro trimestre do ano, em relação a igual período de 2020, setor começa a retomar o otimismo e mantém projeção de crescer 3% este ano
Mesmo diante da quarta queda consecutiva do ICEI – Índice de Confiança do Empresário Industrial, que baixou 0,7 ponto em abril, divulgado pela CNI – Confederação Nacional da Indústria, o setor de produtos de higiene e limpeza espera melhores resultados no 2º trimestre de 2021.
Segundo Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional, o setor começa a retomar o otimismo para o segundo trimestre, após figurar como um dos menos confiantes em meses anteriores. “Nossos associados estão mais otimistas para os próximos meses. Registramos bons índices de produção em janeiro e, apesar da queda mais importante em fevereiro, retomamos bons níveis de produção em março, o que fez com que o setor apresentasse resultados relativamente estáveis, aos alcançados no primeiro trimestre de 2020”, diz o executivo.
Engler lembra que a produção de saneantes encerrou 2020 em nível praticamente estável a 2019, mesmo com o setor enfrentando bastante volatilidade, por conta da pandemia do coronavírus – apenas para ilustrar, de janeiro a julho de 2020, o setor registrou alta de 5,9% na produção, mas desacelerou na segunda metade do ano. “No final das contas, o ano de 2020 foi equivalente ao de 2019, o que já é um ótimo resultado, considerando a pandemia e a crise econômica, vivida pelo País”, reforça afirma.
Projeções 2021
No atual cenário, a ABIPLA segue mantendo as projeções de crescimento de 3%, para o Setor de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional este ano. “Os cuidados com limpeza de ambientes e superfícies continuam essenciais, por conta da pandemia. Além disso, a volta do Auxílio Emergencial, mesmo que em valores menores, pode movimentar a produção. Estimamos que, em 2020, até 30% do valor do benefício foi aplicado em itens de limpeza, que são essenciais, não só no combate à COVID-19, quanto a diversos outros tipos de doença”, diz Paulo Engler.
Outros pontos levantados pelo diretor-executivo da ABIPLA, para a manutenção das projeções da entidade, consideram a própria dinâmica do setor de limpeza, marcado por inovação e lançamentos, assim como a retomada das atividades do comércio e empresas. “Nossos associados devem lançar novos produtos este ano e esperamos que, no segundo trimestre, ocorra a reabertura do comércio, com o avanço da vacinação e controle da pandemia, o que elevará a demanda por produtos de limpeza, principalmente, de uso profissional”, estima Engler.
E-Social influencia na apuração de empregos no setor: de 60 mil para 85 mil pessoas
O diretor-executivo da ABIPLA também comentou sobre a nova apuração de empregos do Setor, que saltaram de cerca de 60 mil, registrados em 2019, para 85 mil postos de trabalho, verificados em 2020, conforme dados atualizados pelo e-Social.
O novo cálculo considera as recentes alterações na metodologia de apuração das informações de empregos, por conta do e-Social, que considera o CNAE secundário e os profissionais temporários e terceirizados, nas empresas. “Durante o período de transição para implantação do e-Social, para fins de consolidação das estatísticas, foram consideradas apenas as informações declaradas no CAGED. A partir de 2020, o e-Social passou a unificar e agregar as informações. Uma diferença fundamental, entre os dois sistemas, é que a declaração dos vínculos temporários e terceirizados, no CAGED, era opcional, enquanto no e-Social é obrigatório.
Outra diferença fundamental é que, no CAGED, a obrigatoriedade do envio da informação é do estabelecimento, enquanto no e-Social é da empresa. Como o nosso setor utiliza muitos terceirizados, principalmente, na parte de embalagens, por exemplo, isso explica parte da diferença entre os dados apurados entre 2019 e 2020”, afirma Paulo Engler, que complementa: “O e-Social foi instituído com o objetivo de unificar e simplificar a prestação de informações, relativas a trabalhadores e empresas, e a Portaria SEPRT/ME n° 1127/19 estabeleceu as condições, nas quais as obrigações de prestação de informações, pelo empregador, nos sistemas CAGED e RAIS, serão substituídas pelo e-Social”.
O diretor-executivo da ABIPLA afirma, ainda, que até a implantação do e-Social, não era considerado o chamado CNAE secundário das empresas e isso pode ter influenciado no aumento estatístico dos profissionais ligados aos produtos de higiene, limpeza e saneantes para ambientes. “Boa parte das empresas do setor têm, como CNAE principal, outras atividades, como fabricação de produtos de higiene pessoal, por exemplo. E agora, com a apuração da existência de CNAE secundário (em que a fabricação de produtos de limpeza faz parte, mas não é única ou principal em determinada companhia), ajustes na apuração dos níveis de empregos devem ocorrer. E isso valerá, também, para outros setores”, avalia Engler.
Apesar das mudanças no método de aferição das vagas, o executivo afirma que, mesmo considerando apenas os dados do CAGED, os fabricantes de produtos de higiene, limpeza e saneantes, para uso doméstico e profissional, têm registrado saldo positivo de vagas nos últimos anos. “O setor é um grande gerador de empregos e, independentemente do modelo de apuração adotado, temos gerado vagas, direta ou indiretamente”, conclui Paulo Engler.
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