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Lenços umedecidos antissépticos ganham mercado no país

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Com a pandemia as pessoas ficaram mais atentas à higienização e passaram a se preocupar ainda mais com as superfícies tocadas pelas mãos (HTP – do inglês high touch points)

Tanto que um produto até então desconhecido da maioria dos consumidores ganhou destaque: os lenços umedecidos para desinfecção de superfícies, popularmente chamados wipes.

Se até 2020 o produto não tinha utilização em massa, os critérios com o advento da Covid-19 impactaram no mercado e nos costumes. Prova disso, é que segundo a Fibertex, fabricante de não tecidos, o segmento de desinfectant wipes deve puxar o mercado household e crescer acima da média.

Indicados para utilização nas mais variadas superfícies: vidros, azulejos, assentos de couro, balcões, entre outros, os lenços umedecidos acumularam um crescimento de 37% de 2019 para 2020, impulsionados justamente pelos cuidados contra o SARS-Cov-2.

Crescimento

Segundo Nívea Furlan, diretora de vendas e marketing da empresa, a consciência sobre a transmissão de doenças criou a necessidade por este tipo de desinfetante. “Houve um grande aumento no consumo desde o início de 2020 e, ao contrário de alguns outros produtos, o consenso é que uma maior demanda residual permanecerá mesmo após a Covid-19 ser controlada”.

Com taxa de crescimento anual estimada em 8,5% para o período de 2020 a 2025 – um pouco abaixo dos 14,7% registrados entre 2015 e 2020, mas ainda assim, promissor – o segmento segue em alta. Ainda de acordo com Nívea, apesar dos dados serem globais, o reflexo no mercado brasileiro deve seguir os mesmos passos.

Adriano Lowenstein, consultor e marketing estratégico na empresa Ecomaster confirma a informação. “Durante a pandemia houve grande movimentação no mercado com a promoção de lenços umedecidos para limpeza e desinfecção, tanto no segmento profissional como no doméstico”. Ele aponta ainda a praticidade de utilização – por serem prontos para uso e descartáveis – como atrativos para aumento do consumo.

Sem contraindicações para uso, no entanto, os wipes registram atraso em relação ao volume produzido em outros países. “Segundo informações de fabricantes multinacionais, o Brasil está 20 anos atrás dos Estados Unidos e 10 anos atrás da Europa no tocante ao desenvolvimento e utilização deste tipo de produto”, diz o consultor.

Ambientes self cleaning

Thiago Lopes, gerente técnico na Spartan do Brasil, avalia que apesar do rebuliço, a pandemia não gerou novas demandas, mas sim vem atuando como um catalisador para ferramentas, tecnologias, bens e serviços que já estavam disponíveis no mercado, mas por algum motivo não tinham tanta adesão.

Em sua análise, o especialista considera que os wipes passaram a ser mais utilizados devido à redução do risco de contaminação cruzada, uma vez que esses produtos são descartáveis. “Além, é claro, da rapidez da higienização, já que eles fazem a limpeza e desinfecção em apenas alguns segundos”, esclarece.

Além disso, o gerente indica a praticidade proporcionada ao agente de limpeza. “Não há necessidade da instituição, indústria, local ou ambiente ter um DML (depósito de material de limpeza) com diluidores instalados, o que demanda manutenção preventiva, corretiva, aferições, controle no prazo de validade do produto químico diluído, além de compra de frascos, gatilhos pulverizadores e panos de limpeza descartáveis ou reutilizáveis”.

Ele acrescenta ainda: “a utilização de wipes vai ao encontro de um conceito existente antes da pandemia que se tornou uma tendência: as estações self cleaning”. Na prática a responsabilidade da higienização das superfícies e dos ambientes passa a ser compartilhada com os usuários dos espaços.

Um exemplo são as escolas que já aderiram à prática. Nelas em cada sala de aula, sala de professores, refeitórios e áreas comuns o próprio usuário pode retirar um pano embebido em produto químico e fazer a higienização do seu espaço de estudo, lazer ou refeição. “isso tira uma carga grande das costas do pessoal da limpeza”, argumenta. “A mesma estratégia pode ser empregada em áreas administrativas de empresas ou indústrias”, diz.

O consultor da Ecomaster também destaca os benefícios da utilização dos lenços umedecidos nas etapas de higienização de superfícies e equipamentos. “Ao invés do operador umedecer ou borrifar produto na microfibra ou pano, ele simplesmente retira da embalagem e aplica, seguindo as recomendações do fabricante”.

Padronização

No entanto, as opções de lenços umedecidos antissépticos disponíveis no mercado nacional não são padronizadas por composição ou categoria. Lowenstein aponta a existência de vários fabricantes do produto, com diferentes opções de substratos, reforçando a ausência de padrão.

Lopes relembra que ao citar categoria a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) define as RDC´s (Resolução da Diretoria Colegiada) 59, 14 e 35, que indicam uma categoria específica de desinfetante para cada tipo de ambiente.

“Desinfetante de uso geral para ambientes comuns, desinfetantes hospitalares para instituições de assistência à saúde e desinfetantes de indústrias alimentícias e afins para áreas de produção e/ou manipulação de alimentos. Além disso, para cada área existe uma categoria”, explica.

Vale lembrar ainda que além das categorias os produtos podem dispor de composições variadas: apenas para limpeza e outros para limpeza e desinfecção. “Nesse último caso há presença de ativos à base de álcool; quaternário de amônio; quaternário de amônio mais biguanida polimérica; peróxido de hidrogênio; peróxido de hidrogênio mais quaternário de amônio; triclosan; clorexedina, entre outros”.

Ainda segundo ele, a finalidade do produto é a mesma. Porém, cada tipo de ativo ou combinações entre eles oferecem características e vantagens distintas para utilização nos mais diversos ambientes.

Descarte

Mas a pergunta que fica é: como descartar os wipes após a utilização?

Roger Koeppl, fundador da cooperativa YouGreen diz que o volume de lenços antissépticos presentes no lixo reciclável aumentou muito nos últimos meses. “E isso é um problema, pois significa que este tipo de material não está recebendo o descarte correto”, esclarece.

O especialista explica que ainda não há no mercado uma tecnologia específica para reciclagem de TNT (tecido não tecido) – matéria-prima dos wipes. “Então, após a utilização a recomendação é colocá-lo no lixo do banheiro, preferencialmente, acondicionado em sacos apropriados para que ele seja tratado como rejeito”.

A partir daí, as equipes de limpeza devem prosseguir com a correta destinação para esse tipo de material. “O importante é destacar que esses materiais não devem, de forma alguma, serem tratados como recicláveis, lembrando ainda que foram utilizados para higienização de superfícies, contendo substâncias químicas e microorganismos contaminantes”, enfatiza.

Lowenstein também enfatiza que apesar do substrato (composição do TNT) ser reciclável, os lenços umedecidos trazem impactos para o meio ambiente, quando comparado às microfibras laváveis.

“Já estão disponíveis no mercado lenços em 100% viscose, biodegradáveis. Mas seu custo é muito elevado se comparado aos modelos que empregam poliéster e viscose. Além disso, quanto maior for o teor de poliéster nos mistos, mais difícil de ser biodegradado”, explica.

 

 

 

 

 

Fonte: Revista Higiplus 03.03.2021

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