Unilever cria joint venture para transformar algas marinhas em superfícies autolimpantes
A Unilever desenvolveu um composto derivado de algas marinhas que, segundo a empresa, pode ser transformado em superfícies autolimpantes
A multinacional formou uma joint venture com a empresa de ciências biológicas Innova Partnerships, segundo o Financial Times, para comercializar a tecnologia do produto, chamado Lactam.
O material, em vez de matar bactérias, impede que micro-organismos formem biopelículas sobre as superfícies e interrompe a comunicação entre seus sistemas. No entanto, a tecnologia não combate a transmissão do novo coronavírus em superfícies, mas oferece inúmeras vantagens, segundo a empresa.
“A proliferação de bactérias é um problema em equipamentos médicos, sapatos, notas bancárias e em cuidados veterinários”, explicou Jonathan Hague, vice-presidente de Ciência e Tecnologia da Unilever, em entrevista ao Financial Times. “Há um mercado enorme para o qual essa tecnologia pode ser benéfica.”
A iniciativa deve ser testada em produtos de limpeza e a tecnologia será licenciada por meio da joint-venture criada pelas duas empresas, uma vez que, segundo o executivo, “o mercado potencial B2B é muito do que o mercado consumidor de varejo”.
Até agora, a companhia investiu 8 milhões de libras (cerca de R$ 58 milhões) na tecnologia, que propõe uma abordagem diferente de outros projetos de superfícies autolimpantes, cujo objetivo é repelir óleos, água e, em alguns casos, oxidar matérias orgânicas. Essas outras tecnologias já são utilizadas na indústria de construção civil, por exemplo.
“O que nossa tecnologia faz é interromper a capacidade das bactérias de falarem umas com as outras para que não formem um “biofilme”. Em vez de tentar matá-las com produtos químicos agressivos, estamos usando um produto da natureza”, disse Hague.
O empreendimento, chamado Penrhos Bio, negocia licenciar a tecnologia para ser aplicada em notas de dinheiro e na indústria odontológica. A nova joint venture não é a única a investir nesse tipo de solução. A NitroPep, empresa que desenvolve camadas de material com pequenas partículas pontiagudas que “perfuram” e matam vírus, é uma das principais concorrentes.
Fonte: Época Negócios 06.01.2021
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