Um novo estudo realizado pelo Instituto Nacional de Alimentos da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU) revelou as condições ideais para o cultivo da microalga Nannochloropsis oceanica, que se destaca por ser rica em nutrientes essenciais como proteínas, vitamina K₂ e ácidos graxos ômega-3, incluindo EPA.

Considerada um potencial ingrediente funcional, a qualidade nutricional dessa microalga pode variar dependendo de fatores como luz, temperatura e salinidade, o que motivou a pesquisa para determinar as melhores condições de cultivo.

A pesquisa foi conduzida com uma abordagem inédita, buscando não apenas otimizar a produção de ácidos graxos, mas também de proteínas e vitamina K₂, elementos importantes para o valor nutricional do produto final.

De acordo com os pesquisadores do Nutraceutical Business Review, os resultados oferecem uma visão mais ampla dos desafios na fase de cultivo, permitindo que produtores de ingredientes alcancem uma biomassa rica em nutrientes. A equipe utilizou a metodologia de superfície de resposta para testar diferentes faixas de temperatura, intensidade de luz e salinidade, visando entender como esses fatores influenciam o crescimento e a produção de nutrientes.

Os resultados mostraram que, embora altas temperaturas e intensidades de luz favoreçam o rápido crescimento e a produção de proteínas, a concentração de ácidos graxos ômega-3 e vitamina K₂ é maior em temperaturas mais baixas.

O estudo sugere que o melhor método seria um processo de duas etapas, no qual as microalgas seriam cultivadas inicialmente em condições de altas temperaturas e luz intensa, promovendo o crescimento e a produção de proteínas, seguidas de uma redução na temperatura para maximizar a produção dos nutrientes essenciais. Embora não tenha sido realizado em larga escala, os pesquisadores acreditam que o conceito de regulação de temperatura pode ser facilmente implementado na produção comercial de microalgas, dado que é uma prática comum na indústria de fermentação.

Além dos benefícios nutricionais, a pesquisa também abriu portas para a produção de vitamina K₂ de origem vegetal, nutriente fundamental para a coagulação sanguínea e saúde óssea, que é normalmente obtido de fontes animais, representando uma solução potencial para dietas à base de vegetais.

O próximo passo para os pesquisadores será investigar como aumentar a biodisponibilidade de proteínas, ácidos graxos e vitaminas nas microalgas, uma vez que sua espessa parede celular pode dificultar a digestão humana.