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Nutra InnovationCiência & Tecnologia Empresas & NegóciosPesquisa mostra que detergentes verdes podem economizar 50 mil toneladas de químicos anualmente

Pesquisa mostra que detergentes verdes podem economizar 50 mil toneladas de químicos anualmente

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Um estudo conduzido pela Novozymes retrata os cenários positivos para as indústrias, meio ambiente e consumidores quando a opção é produzir, desenvolver e disponibilizar para o mercado detergentes mais verdes, com a ajuda das enzimas.

O apelo por detergentes biológicos para roupas é global e cresce a cada dia. A pesquisa desenvolvida pela empresa foi concluída no último mês de junho, com o objetivo de demonstrar como a substituição de surfactantes por enzimas, em um detergente, é melhor para o meio ambiente, para a economia e para a limpeza de manchas em tecidos.

O cenário escolhido para o desenvolvimento do estudo “Permitindo detergentes mais verdes com enzimas – melhor para a limpeza, o planeja e os negócios” foi a América Latina, que vem utilizando com sucesso tecnologias enzimáticas das mais avançadas da atualidade.

Atualmente, muitos detergentes ainda utilizam agentes ativos em superfícies, ou seja, surfactantes, como um aditivo voltado à missão de retirar manchas. Esses componentes químicos podem ser substituídos, com muito sucesso, pelas enzimas, que são agentes catalizadores naturais e biológicos que têm a mesma missão (e muitas outras possíveis) e são mais benéficos para o meio ambiente.

Detalhes do estudo

No estudo científico realizado, foram separados 4 tipos de detergentes de roupas: o detergente A (produto convencional com enzima única); detergente B (mesmo que o A, exceto que o teor de surfactante está reduzido em 30%); detergente C (mesmo que o B, exceto que o uso enzimático é estendido para cinco enzimas diferentes); e o detergente D (mesmo que o C, exceto que o teor de surfactante está menor [45% de A] é que se acrescenta uma mistura forte de cinco enzimas).

Foram realizadas 12 lavagens para demonstrar o efeito da substituição do surfactante na remoção de manchas. Elas foram realizadas em escala completa, em lavadoras automáticas de carga máxima, com três repetições: 25ºC, 15 minutos de lavagem principal, 27 minutos de saturação, 41L de volume da lavagem, 2 enxágues, 2kg de lastro, 5,6º dH de dureza da água; além disso, utilizando 82g de detergente por lavagem. Ou seja: as condições de lavagem que lembram os hábitos de higienização de roupas em muitos lares da América Latina.

Usou-se um conjunto abrangente de manchas para cobrir uma ampla faixa de desempenho de lavagem, pois as enzimas e os surfactantes atuam de forma diferente nos diversos tipos de manchas. O conjunto foi composto por 36 manchas e objetivou contemplar as manchas mais comumente conhecidas pelos consumidores da América Latina.

Todas as amostras usadas nos experimentos de lavagem foram secadas ao ar livre, durante à noite, após a lavagem. Mediu-se a remissão das amostras secas em 460nm, utilizando-se um refletômetro Datacolor.

O resultado do estudo foi positivo para demonstrar a melhora na remoção média de manchas ricas em proteínas, em amido, em manano, bem como nas mistas, pois as enzimas específicas atuam nessas manchas de modo bastante eficaz.

Globalmente e na maioria das manchas, foi observado uma melhora do desempenho de lavagem com o detergente rico em enzimas, com 30% menos surfactante. Mesmo com uma redução de 45% de surfactante, o detergente superou o desempenho em todos os grupos de manchas, exceto no caso do grupo de manchas por lipídeos.

Benefícios econômicos na ampliação do uso de enzimas

O estudo também demonstra a economia obtida a partir da redução do uso de surfactantes nos detergentes e que essa redução pode ser reinvestida, com sucesso, na adição de enzimas ao detergente. Um exemplo apresentado na pesquisa é que, no caso de redução de 30% de surfactantes, os pesquisadores foram capazes de adicionar cinco enzimas diferentes (protease, amilase, lipase, mananase e celulase) em comparação com apenas uma enzima que estava presente no detergente convencional utilizado no estudo, e ainda atingiram uma economia de 20% no custo global da formulação.

A pesquisa mostra que quando se substituem surfactantes por enzimas pode-se reduzir a massa de ingredientes ativos do detergente, pois as enzimas são bastante eficazes, devido à sua natureza de catalisadora. Um dos detalhes do estudo demonstra que a quantidade de enzimas usadas é nove vezes mais baixa que o surfactante economizado quando se reduz o nível de surfactante em 30%. Isso significa que se pode economizar uma quantidade considerável de ingredientes em cada lavagem caso seja adotado um sistema enzimático de alta intensidade. Isso poderia beneficiar muitos formuladores de detergentes em termos de compactação de seus produtos para possibilitar a distribuição em linha e economizar custos em embalagens, transporte e armazenamento.

Detergentes mais verdes: anseio ambiental global

Entre os desafios – e anseios – globais da atualidade está a produção e disponibilização de detergentes mais verdes, ou seja: que sejam mais econômicos, eficientes e causem menor impacto ambiental, seja ele hídrico ou climático. Esse desafio global é o que impulsiona a Novozymes em suas pesquisas e desenvolvimento. No segmento de detergentes não é diferente, já que esses produtos são usados por bilhões de pessoas diariamente, e grandes quantidades de ingredientes de detergentes são produzidas, transportadas e armazenadas por toda cadeia produtiva todos os anos.

Atualmente, o número total de lavagens de roupas, em lares particulares na América Latina, é estimado em aproximadamente 25 bilhões. “Se, digamos, 50% de todas as lavagens de roupas na América Latina forem realizadas utilizando detergentes ricos em enzimas, com 30% menos de surfactantes, isso levaria a uma economia de 50.000 toneladas de produtos químicos anualmente para o planeta. Fato que corresponde à carga de aproximadamente 2 mil caminhões”, explica a gerente de sustentabilidade da Novozymes, Angela Fey.

Tem-se estimado, também, que poderão ser economizados nove gramas de CO2 em cada lavagem se enzimas substituírem 30% dos surfactantes. “Nove gramas de CO2 pode não parecer muito, mas isso poderá se somar a um impacto positivo substancial no clima caso formuladores adotem o conceito e muitas pessoas comecem a lavar roupas com detergente rico em enzimas, ao invés de detergentes que lembram os produtos convencionais utilizados no experimento”, comenta. E, como exemplo, os lares latino-americanos poderão economizar 110.000 toneladas de CO2 anualmente caso usem detergentes ricos em enzimas em 50% das lavagens de roupas ao invés de detergentes convencionais. “Isso corresponde às emissões anuais de CO2 de aproximadamente 45.000 carros”, diz.

O estudo revela uma estimativa, também, de diminuição de impacto no setor hídrico, um dos problemas climáticos mais preocupantes da atualidade. O experimento estima que se poderá economizar uma toxicidade aquática correspondente a 5,2m² de água de diluição por lavagem caso as enzimas substituam os surfactantes. “Com aproximadamente 25 bilhões de lavagens de roupas, anualmente, em lares da América Latina, isso se soma a economias totais de 65 bilhões de m³ de água de diluição anualmente, caso 50% das lavagens de roupas tenham usado um detergente com mais enzimas e menos surfactantes. Isso corresponde a um cubo de água limpa de quase 4km em cada lado”, destaca.

 

 

 

 

 

Fonte: Bonde 04.08.2020

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